5 de agosto de 2013

Os insetos podem ser a principal fonte de alimentação no futuro

No ano passado, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) começou a incentivar, oficialmente, a inclusão de insetos na dieta, hábito chamado de entomofagia e em 13/05/2013 lançou um programa com o objetivo de incentivar a criação de insetos pra combater a fome.

O motivo desse incentivo é que a organização estima que até 2050 o consumo global de carne deverá dobrar, mas esse alimento se tornará mais caro e raro, a ponto de ganhar status de item de luxo. Atualmente a criação de animais de corte tradicionais já ocupa dois terços das terras disponíveis para produzir alimentos. Alimentá-los também é um problema futuro: o frango consome 2,2 quilos de alimentos para adquirir 1 quilo de proteína animal, o porco (3,6 quilos), o carneiro (6,3 quilos) e a vaca (7,7 quilos), em comparação os grilos consomem apenas 1,7 quilo de alimento. Estudos têm demonstrado que a “carne” dos insetos contém quantidades de proteínas e lipídeos satisfatórias e são ricas em vitaminas, principalmente a B, e minerais, como ferro e cálcio.  Por exemplo, a formiga da espécie Atta cephalotes (tanajura) possui mais proteínas (42,59 %) do que a carne de frango (23 %) ou bovina (20 %).

Bombons são feitos com farinha de inseto pela empresa francesa Micronutris
Atualmente no Oriente há vários povos se alimentam de gafanhotos; certos nativos africanos comem formigas, cupins, larvas de besouros, lagartas e gafanhotos. No Ocidente, a maioria dos relatos sobre o hábito de se alimentar de insetos refere-se a tribos indígenas.
O México é o país do continente americano com mais relatos na literatura sobre insetos comestíveis, já tendo sido registradas mais de 500 espécies. No caso do Brasil, apesar da pouca divulgação para o público em geral, ao redor de 100 espécies de insetos já são utilizadas como alimento, especialmente por povos indígenas, a mais comum é a formiga tanajura, que é um alimento relativamente tradicional em áreas do interior de Minas Gerais e do Nordeste, em forma de farofa. Outro inseto conhecido é a larva do besouro Pachymerus nucleorum , que se instala dentro de frutos, e que por isso também é conhecida como “larva do coquinho”. Seu consumo faz parte de brincadeiras na zona rural e de treinamentos de sobrevivência na selva.. Se formos considerar vários grupos étnicos em todo o mundo, quase 1.800 espécies de insetos já foram relatadas como comestíveis.

Pão de queijo recheado com larvas (Foto: Eraldo Costa Neto/G1)
No Brasil a empresa Nutrinsecta é especializada na produção de insetos para a alimentação de animais. Como os insetos são tratados em um ambiente limpo e saudável, a empresa acredita que não há nenhum empecilho para o consumo humano. Com a orientação da FAO, a empresa espera que o mercado cresça e se prepara para atender a uma possível demanda. No entanto seu pedido realizado em 2012 para obter a licença no Ministério da Agricultura de comercialização desse tipo de produto até a data atual não obteve resposta. Mas a Nutrinsecta já está montando um quiosque para degustação na fábrica de insetos, em Betim (MG). A empresa contratou um chef de Santa Catarina especialmente para desenvolver pratos como grilo coberto de chocolate –”parece um Bis”–, insetos à milanesa, ou misturados ao macarrão, como um yakisoba. “As crianças que visitam o nosso projeto sempre pedem para experimentar”, diz Gilberto Schickler, sócio da Nutrinsecta e zootecnista.

Desse prato nunca comerei
Agora para aqueles que ficaram com nojo e alegaram que nunca comerão insetos, saiba de um que consumimos diariamente em iogurtes, sorvetes, bolachas e uma serie de alimentos industrializados: A Cochonilha (Dactylopius Coccus) que é um inseto mexicano.
O uso deste corante se popularizou ao descobrir-se  o potencial cancerígeno dos corantes artificiais vermelhos.
Nas embalagens dos produtos seu nome é descrito como Corante natural vermelho 40; Corante Natural Carmim de Cochonilha; INS 120; Corante Natural Ácido Carmínico; Em cosméticos, pode aparecer como CI 7547. São necessários cerca de 70.000 insetos esmagados e fervidos para produzir apenas 450 gramas deste corante.

Há pedaços de inseto na sua comida
É praticamente inevitável que, ao longo de todas as etapas de produção de um alimento industrializado (colheita, processamento, embalagem, etc), ele acabe sendo contaminado por fragmentos de inseto. Tanto é que, no ano passado, a Anvisa publicou uma Consulta Pública para debater limites toleráveis para eles. O documento sugere o seguinte: máximo de 10 fragmentos de inseto a cada 100 g de molho de tomate ou 100 g de chocolate, e até 60 pedaços de inseto em 25 g de café torrado. O padrão ainda está sendo estudado. "Hoje, a legislação brasileira não aceita nenhum pedaço de inseto na comida", informa a Anvisa. Mas os insetos na comida são uma realidade - e você já deve ter ingerido centenas de fragmentos deles sem saber. Fonte: Superinteressante

O site da Micronutris lista 10 motivos para você incluir esses bichinhos na sua dieta. Confira:
  1. Eles são um alimento rico em proteínas e pobres em gordura;
  2. Eles têm qualidades nutricionais importantes e são fontes de vitaminas;
  3. Os insetos são a chave para alimentar os 9 bilhões de habitantes da Terra em 2050;
  4. O impacto ambiental de sua criação é mínimo, emitindo 78 vezes menos CO2 que a criação de bois ou 310 vezes menos CO2 que a criação de porcos;
  5. Eles são uma fonte mais segura de nutrição, já que não desenvolvem as mesmas doenças que nós, humanos;
  6. A criação de insetos é a mais eficiente. 10 kg de alimentos geram 9 kg de insetos ou 1 kg de carne bovina;
  7. Os insetos são uma alternativa à criação intensiva de animais;
  8. A criação de insetos ajuda a manter a biodiversidade;
  9. Os insetos apresentam uma ampla variedade de gostos de formas, com milhares de opções para o consumo;
  10. O consumo de insetos é uma prática antiga. Aristóteles era fã dos bichinhos;

Preparado para provar essas iguarias?

Viscoso, mas gostoso!

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